sexta-feira, 23 de março de 2012

O que eu quero ser quando eu “crescer”.

Após assistir inusitadamente um vídeo o qual universitários que cursam Jornalismo falam sobre a carreira e o que ela representa para os próprios, questionei a mim mesma tal reflexão. Primeriamente, nota-se que tais alunos pertencem a uma faculdade que pessoalmente tenho uma repulsa fora do comum, motivo pelo qual senti uma mescla de desdém e auto-piedade. Contudo o lugar onde eles optaram investir seu Ensino Superior não faz deles melhores ou piores. Porque novamente, é algo pessoal. 
Enfim, quero esclarecer o que tal carreira simboliza para a minha pessoa e o motivo de ter escolhido justamente essa profissão para seguir. Sei que nem ao menos ingressei em uma faculdade para poder ter palavras de peso, mas creio que tal fato não modificaria radicalmente meus pensamentos. Acho que sempre tive perfil para essa carreira, de qualquer modo. 
Ao meu ver, o jornalista vai muito além de um informante, um mero mediador de notícias. O jornalista não está restrito a um William Bonner ou à uma Fátima Bernardes. Até porque estes representantes não servem como modelos ou ícones para mim, honestamente. O meu objetivo verdadeiro é trabalhar fora deste tipo de foco. Meu ambiente estaria mais para trás das câmeras, ou em um editora. Não viso ser repórter do jornal noturno ou conquistar a concorrida posição da bancada. Mas acima de tudo, obviamente, serei jornalista. Então sou consciente de que estar preparada para qualquer tipo de situação é essencial. 
É claro que, essencialmente, o Jornalismo tem sim o papel de dar jus a expressão "Globalização" e transmitir, o mais imparcialmente possível, as notícias para o público. Mas para mim, o verdadeiro jornalista é aquele que tem opinião, que tem uma voz. É aquele que está a par do mundo, conhece diversas realidades, vê além de seu mundinho pequeno. Dialoga como ninguém, é bem articulado, crítico. Tem o poder das palavras. É a pessoa que sabe um pouco de tudo. Conversa sobre política e filosofia com a mesma facilidade como quem conversa sobre o filme do momento e personalidades da mídia. 
E isso me fascina de uma meneura que me é inexplicável. Entretanto, confesso que tal profissãp, por estar sempre rodeada por cátastrofes e calamidades absurdas, tende a tornar o indivíduo um  tanto quanto... Frio. E frialdade eu já tenho de sobra, muito obrigada. Por isso está nos meus planos, com o término da Faculdade de Jornalismo, me especializar em dois assuntos que estãp em minha mente já há certo tempo: Moda e História da Arte. 
Em relação a seleção do primeiro item, alguns exclamaram que seria um desperdício de potencial. Ouch. Bem, Moda no geral foi um tema que me interessou desde pequena. Não é uma paixão como a leitura ou a escrita, mas é um dos únicos ramos em que me vejo trabalhando de maneira satisfatória. Reparo que o pessoal que trabalha nessa área sempre se defende, ao ser acusado de superficialidade, dizendo que "Moda é uma arte que permite a nossa forma de expressar" ou algo semelhante. 
Concordo em parte. Moda é sim uma arte. E como toda arte, ela consegue demonstrar como tal sociedade vivia e pensava, além de (pasmém!) ser também - porém não necessariamente sempre - uma liberdade de expressão. Mas o real problema é como a maioria lida com ela. Adotam vestimentas como estilo de vida, fazendo delas suas identidades. As roupas, afinal, deveriam ser um complemento a sua personalidade, e não ela em si. No entanto, o que me atrai mesmo é o poder de transformação que a Moda oferece. De como uma saia mais esvoaçante ou um acessório de cabelo podem deixar a pessoa mais confiante. Ao mesmo tempo, é também uma questão de arriscar, explorar o "novo' e testar nossa criatividade. 
O ponto é: Moda tem sim um lado superficial. Sinceramente, toda profissão tem, porém concordo que em respectiva área essa aspecto é mais atenuante. E calma, não há problema nisso. As futilidades deixam a rotina menos maçante, e isso já não é algo pra lá de significativo? Agora, quanto ao porquê de cursar História da Arte... Acredito não precisar explicar muito. O nome já diz por si própio: História combinada com arte, a união perfeita. Ao me aprofundar nesse assunto, sinto que ganharei uma perspectiva de visão e herença cultural inestimáveis. 
Então, essa é a pessoa que espero que aflore nos próximos anos. Porque sei que ela está aqui dentro, ansiando por ser notada. Uma mulher. Mas uma mulher que não se importa em esperar o tempo necessário.

terça-feira, 13 de março de 2012

Vontade de fazer nada.

Preguiça extrema. A televisão me cansa, a internet tira sarro da minha cara e os livros já não tem mais sabor. E aquele sedativo tão conhecido volta a percorrer minhas veias...
Pelo menos dessa vez eu tenho a cafeína como estimulante para me manter acordada. Passo pela multidão equilibrando o pequeno recipiente com exagerada cautela. É um meio de evitar olhares e negar minha solidão. Meio inútil, entretanto, já que assim que chego no lugar seguro e congelante acabo por derrubar desastrosamente alguns pingos que mancham a minha blusa.
Reparo que os meus textos começam a se tornar repetitivos. Mesmo jogo de palavras, figuras de linguagens e frases deconexas. Nem músicas posto mais, pois são raras as que conseguem traduzir os meus confusos pensamentos. Sou a pior no que faço de melhor. Deveria começar a frequentar as aulas de Redação, contudo não há transporte para volta. E se tivesse, ainda assim não iria, honestamente.
Eu não ligo. Não choro, não rio. Pare de me seguir, julgue a minha roupa. Eu não ligo.
Queria me afundar nas cobertas e dormir por tempo indeterminado. Dormir, dormir e dormir. A melhor forma de escape...
Mas isso não é possível. Porque logo amanhã a história se repete. Assim como os incontáveis dias que se seguem. Esses dias terão fim, é verdade. É o que me consola. Até lá, porém, não quero continuar com essa sensação que aos poucos suga a minha força vital.
Toda essa tortura tem propósito e eu tenho e vou alcançá-lo. Preciso arranjar um jeito de ter que ligar.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Assim como Alice...

Uma vibração percorre a terra e alarma que o inevitável está por vir. Mas antes que eu possa me acostumar com tal ideia ou ao menos esboçar alguma reação, o chão se divide em meus pés.
Eu despenco.
Sim, o mesmo grande e gordo clichê de sempre, estou sabendo.
Os destroços me arrastam. Preciso agarrar qualquer objeto familiar que vejo, algo que possa me dar algum suporte. Porém eles escapam de minhas mãos escorregadias. Eu, contudo, não contra-argumento.
Todos esses olhos estão voltados a mim e a Ninguém. A especialista em ser indiferente começa a vacilar. Quem dera pudesse fazer dos "jogos flores que todos odeiam" o meu refúgio. Então, em um estalar de dedos, desligaria tal despositivo quando não mais o necessitasse, daqui a 4 meses.
Sou como um animal que se esconde em uma caverna. Um buraco negro. Nada convidativo. As minhas esmeraldas miram as presas. Não possuo corpo, só tenho olhos. Mesmo assim, os contornos estão embaçados.
Lembro-me por fim que sou míope. 
Realmente Pessoa... Não, não é cansaço. Vai um pouco além disso.