terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Vem um ano, vai um ano...

E eu aqui novamente fazendo essas listinhas de reflexões e metas acerca deles. Parece que só quando eu escrevo que o acontecimento marca de fato, vai entender. Mas sim, elas ainda são bem clichês, tô sabendo. Porém não pude evitar.
Enfim. 2013 foi um ano bom. Não ótimo, nem péssimo. Mas bom. E o mais importante: Sem grandes traumas. O que já alivia muito, já que não sou a pessoa mais otimista do mundo, digamos. 

Motivos pelos quais 2013 valeu a pena:


- Pela faculdade de artes e tudo o que ela trouxe junto: Aprendizado, auto-conhecimento, lugares culturais descobertos, quebra de barreiras e rótulos e todas as pessoas incríveis que conheci lá, especificamente: 1. A coreana que apaga as luzes ao tomar banho; 2. A bailarina e que faz dança do ventre; 3. A fanática por andrógenos; 4. Ao leão que partiu cedo e fez muita falta.

- Pelo Lollapalooza e Planeta Terra, além de outros "espetáculos" como o dos felinos.
- Pelo Carro.
- Pela geometria e aspas.
- Pelas 41 mil e tantas pessoas queridas.
- Pela entrevista, que embora rejeitada pela grávida, foi um despertar para a realidade.
- Pelas lições que foram confundidas com amores, especificamente: 1. Ao que aos domingo vai no parque; 2. Ao homem com o dobro de tudo; 3. Ao que comeu macarrão e nunca mais apareceu 4. Ao que me fez ver que apenas ser amada não basta se não for recíproco.  
- Pelo amigo notívago de 50kg, uma das melhores (e mais magras) pessoas desse mundo que entende a minha mente doente. 
- Pela minha confidente maior que faz questão de comprar os melhores chocolates.
- Pela irmã que permance há anos comigo e cuja prateleira consegue ser mais cheia do que a minha.


O que espero de 2014 é mais simples, entretanto. Deixando metáforas de lado, pretendo: 

Dirigir pra valer; me dedicar mais a arte e projetos individuais; pegar a Bienal no fim do ano ou outro estágio que acrescente realmente algo; ler e assistir mais e melhores filmes; fazer iniciação científica; continuar com o canal; criar mais laços e manter os já feitos (mas parar de se envolver com aqueles que não valem a pena, por favor né Bárbara?); ver o lindo do Julian Casablancas e economizar pra fazer uma viagem grandiosa no fim do ano.

 ♥

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

iTunes diz: L.I.F.E.G.O.E.S.O.N.

Um brinde aos soluços e mensagens não respondidas. O que parecia o fim do mundo foi curado em aproximadamente 168 horas. Pois é Bárbara, ler Kundera fez perceber que é mais romântica no papel do que na realidade. Por fim, a troca de olhares rápida com o que parecia ser um Serge Pizzorno nos correios só reforçou que há vida lá fora. Admito o arrependimento de ter esquecido a caixa de papelão em casa, ainda mais depois de ter ouvido certa frase daquele filme que diz que esse tipo de situação mais subtrai o coração do que acrescenta. Mas enfim, acredito que tudo tem seu timing e, como disse, há mais vida lá fora do que aparenta. Só apurar os sentidos pra confirmar.
Sei que parece poético, mas é apenas literal.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Quase que uma crônica Veríssima (Só que realmente ruim)

STARBUCKS.
Um casal gay se pegando na fila. Língua a mostra. Mão na bunda do outro. Pegam o iPhone do bolso e tiram uma foto, provavelmente para postar em uma rede social. 
Um idoso asiático com cara de moralista logo atrás deles.

AQUELE BRECHÓ CARO PRA CACETE.
Uma frase solta "Mas The Who é The Who, né cara?" já no meio de tanta velharia. 
Alguns quarteirões a frente há uma camiseta feminista com estampa de vagina se masturbando/menstruando.

TRAVESSA DA LIVRARIA GIGANTE. 30 GRAUS.
A: Queria um trabalho que eu pudesse usar camiseta.
B: Tipo onde?
A: Tipo praia.

METRÔ. HORÁRIO DE PICO.
Homem simpático e com sobrepeso: ...Que nem Kriptonita. Kriptonita é verde, você não sabia?
Mulher baixinha e risonha de aliança na mão: Não! 
Homem simpático e com sobrepeso: Nunca ouviu a história do Super Homem?
Eles descem na próxima estação que faz baldiação.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

EXcerto.

O último contato foi algo do tipo
Calças de couro
Óculos míopes embaçados
A outra parte intocável revelada
Uma ânsia descontrolável por chocolate

Trinta dias úteis sem ser ver.

No meio termo, algo do tipo
Carro sem suor
Feto com possível nome trocado
Beijos com excesso de conturbações (e língua)

Diante dessas memórias, mesmo tratando-se de mim,
Os detalhes permaneceram 
Tão mínimos
Tão poucos
Pois sua vontade era o que havia de mais inconquistável

As últimas palavras foram algo do tipo
"Morrendo de saudades" - da minha calça de couro?
"Precisamos nos ver" - estava míope.
"Não vai dar" ou
"Deixa pra outro dia" ou
"A gente vai se falando"
Até acabar no derradeiro encerramento moderno -> "(:"

Saindo das metáforas,

1. Não há mágoas
2. Guardo com carinho seus carinhos
3. Boa sorte

Voltando às metáforas,
Como numa despedida nunca dita,
Seu espaço está reservado no fundo de meu peito
Embora saiba que incontáveis anônimos 
Compartilham de sua fragrância
E mascam o mesmo chiclete verde limão

Veja só, não poderei mais vê-lo no fim de semana pois atualmente estou muito ocupada tendo um caso de amor com as minhas botas.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Não existe personificação mais perfeita da alienação e tédio do que os semblantes dos trabalhadores às 6h da manhã em uma segunda-feira.


Em décimos de segundos
Milhares de trilhas e vidas
Se cruzam em um flash
Paralisante, indiferente

E mesmo lado a lado
A distância de espíritos
É quilométrica, nada elétrica
Embora os toques
Tenham sido compartilhados
Na frieza do metal

Não à toa
Em meio a tantos vultos
Tudo o que se enxerga, porém,
É o próprio reflexo
No correr das janelas

Nesse vir e ir incessante
Tudo o que peço é que
Dessa vez
Fique.

(Poema construído após uma reflexão acerca de uma foto de um metrô lotado) 

domingo, 27 de outubro de 2013

Conjunções subtrativas.

E o som dos carros passando a sua volta vai se distanciando ao passo de que você se afasta de si própria. Porra, que atração é essa em gostar de quem não te dá valor? Entre a atenção (ou veneração?) e o desprezo você preferiu o que te faz sofrer, qual é o seu problema? E a história então se repete, um shift no cérebro tão automático que é como se previsse o que estava por vir: Hora perfeita para voltar a gritar as letras de "Cansei de esperar por você" e "odeio seus amigos" de The Strokes.
E escutei falar que aquela vizinha que voltou logo se mudará outra vez - enquanto isso, eu ainda nessa mesma cidade. E também, que aquele estágio anuncia a vida adulta - enquanto isso, eu me aconchego nos lençóis. E que aquele que marcou os lençóis, sempre foge nos fins de semana - enquanto isso, eu nem ao menos o questiono. 
E é tanto pra absorver, mas na realidade nada ficou.



(Acredite ou não, essa música é de The Strokes, não de uma banda tecnobrega)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Poeme-se.

Cerca de dois meses atrás eu pedi por um socorro seu. E você me ouviu. Não só ouviu, como quando te pedi por UM sinal, teve a bondade de me oferecer uma mão de oportunidades. Assim como com lágrimas te supliquei, desacreditada da vida, com lágrimas de satisfação e hormônios da TPM eu te agradeço hoje.
Não só agradeço pelos eventos de ultimamente, como também por alguns fatos que andam presentes em minha vida há um tempo e só tomo consciência agora. Uma das coisas que sinto-me mais grata é por ter apresentado-me o mundo das Artes. É notório como evoluí nesse ramo comparando um ano atrás. Posso afirmar hoje que a Arte é meu pulso vital, trás mais sentido na minha vida, me faz enxergar sutilezas belezas - mesmo que esse "belo" seja alcançado justamente por suas tortuosidades - e me faz superar limites emocionais e físicos... Quem nesse mundo diria que um dia EU, Bárbara Matsuda,  estaria tão confortável em minha pele ao ponto de fazer um trabalho fotográfico de nu artístico? Sim, tudo pela arte.
Além das Artes, devo agradecer por ter pessoas - de curta ou longa data, não importa - tão amáveis, tão amadas. Yves Klein, Kubrick e Nabokov podem ter feito história, podem ter ganhado página no Wikipédia, serem estudados até a eternidade pelos seus feitos... Mas sinceramente, passei a finalmente dar valor e perceber que meus fiéis amigos e familiares têm a mesma, se não maior, importância em minha vida do que esses meros nomes. Vocês são pessoas reais que não precisam revolucionar o mundo com seus pensamentos ou artes idiossincráticas para serem vistos. Vocês são mais que isso, só de existirem já fazem sua parte. Desculpe subestimá-los por tanto tempo. 
Poderia citar outros motivos aqui pelos quais estou tão realizada, mas perderia o sentido expô-los de tal maneira. Apenas posso dizer que sou uma garota muito sortuda e infelizmente me levou certo tempo para perceber isso. 



segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Rapunzel, corte seus cabelos.

- E eu acredito que existe aquela única pessoa, aquela pessoa ideal para cada um de nós, sabe?
Logo depois de escutar aquilo calada, olhei pra baixo e terminei meu café. 
Deposito a culpa na balança e peso se há algo de errado comigo em não acreditar em amor à primeira vista e ter vontade de vomitar com esses casais de tumblr supostamente perfeitos.
Meu problema, meu caro ex-nunca-verdadeiro-amigo-de-fato, é acreditar exatamente no oposto. Sete bilhões de pessoas no planeta Terra e você realmente crê que só UMA te completa? Olha, esse mundo é muito variado, assim como as pessoas. E isso me fascina, e isso me dá medo.
Não sei se meus olhos esfriaram ou foi apenas o amadurecer do tempo, mas, desculpem-me menininhas com seus vestidos cor-de-rosa, eu passei a achar esses contos de fada um verdadeiro porre... Principalmente no que se refere à princesa puritana sem sal que fica em uma espera sem fim para ser salva pelo princípe frouxo. 
Chega dessas regras, quem disse que ele que tem que ligar primeiro? A princesa faz o que quiser quando bem entender. Isso apenas faz dela uma puta, puta mulher bem resolvida.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

"Você pode não acreditar nisto,

mas há pessoas que passam pela vida com muita pouca fricção de angústia. Eles se vestem bem, dormem bem. Eles estão contentes com a família deles. Com a vida. Eles são impertubáveis e frequentemente se sentem muito bem. E quando eles morrem é uma morte fácil, normalmente durante o sono. Você pode não acreditar nisto, mas tais pessoas existem. Mas eu não sou nenhum deles. Oh não, eu não sou nenhum deles, eu não estou nem próximo para ser um deles.
Mas eles estão lá...
E eu estou aqui."

- Charles Bukowski

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Encanto "por enquanto".

Tenho essa péssima mania em romantizar tudo o que é fracassado, 
de
ca
den
te,
incomplet
inacabad 
Mas você não me fez sangrar (ainda). Pelo contrário, curou o meu clima azul de fim de ano. Tal motivo pelo qual demorei certo tempo pra escrever sobre você (PS: Acho que tenho dificuldades em escrever sobre o que me é benévolo).
É um mistério pra onde vamos. Mas meu histórico mostra que melhor evitar rodear o assunto, para não injetar doses de desespero por antecipação.

Apesar de desconhecer muito, repetir interminantemente o meu não-saber em relação a tudo;
Você me acordou daquela transe, me mostrou que aquele outro era bem menos.
Passado enterrado, desperta o presente:
Vira e mexe, iça minha imaginação no meio da noite e me faz ter a certeza do quão bom deve ser a briga de corpos. 

Em meio a levantes no escuro, 
beijos nos dorsos da mãos e
braços livres de desenho,
verdade é que (mais uma vez!): Eu não sei.

Mas você me aceita por quem eu sou...
E por agora, isso já me é mais do que suficiente.

domingo, 8 de setembro de 2013

Setembrite.

Infinitos textos para ler
Desenhos na lista de espera
E aquele do metrô nem ao menos ligou*

Minha língua desgasta de tanto açúcar
Saliva roxa, gosto de infância (mas só gosto)

No meio da noite 
Você sorri 
Ao ler tal frase e
Se identificar 
De eixo 
A eixo

Menina tola...
Devo lembrar-lhe que não é
A primeira 
Nem a última
A amar
A sofrer
A se sentir perdida
E todas aquelas demais etapas

É digno de atenção
O fato de que
Antes de você nascer 
O mundo girava
E depois de sua morte
Continuará a girar

Então o do metrô 

Ou os doces roxos engolidos 
Não terão importância
Daqui a cem anos

Mas por enquanto,

É necessário 
Ler e desenhar 
O que restava

(*Devo acrescentar que depois ele ligou, mas isso ia quebrar com o ritmo do poema)

sábado, 31 de agosto de 2013

"In memory of when i cared" (ou ao caminho infinito disto)

De volta à normalidade - normalidade dentro dos meus padrões, como o pai de George já dizia -, de volta aos cochilos querendo descanso e não fuga, de volta a comer minhas ansiedades e a esperar por feriados. Obrigada estresse, que devora qualquer tipo de âncora.
Falando nisso, juro que não queria me abster a esse assunto, mas é preciso declarar ao mundo (ou pelo menos ao que está ao meu alcance: a internet) o quão cansada estou de imaturidade. Menininhos vivendo em seus pequenos mundos financiados: Saiam do meu caminho, não sou eu quem vou cuidar de vocês.
Que seja. É muito fácil também apontar os erros dos outros, sendo que a torta de verdade aqui sou eu. Mas que merda de ego. O ego fere tudo e não acrescenta em nada. Só faz o olhar recair pra dentro. Mas filha única de pais separados, tá querendo o que também?
Poxa vida, cadê o bando de artistas com barba por fazer, beijando-se imundos de tinta e recitando Rimbaud? Eles só existem nos filmes pelo jeito, né?
Que seja. Abstrai tudo o que obstrui, vai vivendo um dia de cada vez, falando diariamente com aqueles amigos que tanto te entendem e o mais importante: Tente pensar o mínimo possível. 
Porque pensar é inútil, procurar um significado denso da vida é sufocante e ficar deitada com os olhos no teto provoca um vácuo tão intenso que quase sempre resulta em pensamentos à la Joy Division. Então pra quê ficar se remoendo, se não há solução pra problema não nomeado? 
Abençoados sejam os ignorantes.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Inconsistente, consciente até demais.

A nova rotina virou velha. Pessoas antigas retornaram. Uma ou outra nova. Várias outras que se foram. 
Aquela que se foi. 
Porra amigo, vou sentir saudades. Espero que fique bem.
Sabe qual o seu problema, Bárbara? É você se importar demais. Deixar se abater por tamanhas fragilidades, coisas mínimas que para os outros são irrelevantes. 
O que aconteceu? Como você foi se tornar uma pessoa tão sensível assim? Há um ano você chegava antes mesmo de o portão abrir, sem medo dos mendigos, com chiclete na boca, ligada no botão "Foda-se". Agora está aqui, toda quebradiça, insegura, querendo ser aceita e facilmente atingida por uma palavra vinda de quem nem ao menos merece atenção.
Porém, considerando um inverno atrás também, a minha evolução é inegável. Ah, maldito afeto que transformou minha alma em emaranhados, fios grotescos e eletrecutados. 
Hoje também percebo que as formas de escapismo já não me são tão mais atraentes. Elas ainda conseguem me enganar vez ou outra, mas o conselho de Oliver Tate já não me serve por inteiro. Afinal, embora seja mais tolerável, passar pela vida se imaginando em um mundo completamente desconectado da realidade não me parece mais cabível. 
Produto disso é o meu estranhamento em relação a tudo. Principalmente a mim mesma. E pra agravar, esse baque de Alice com o mundo real ainda é siamês da síndrome de Peter Pan em se recusar a crescer. 
Enquanto isso, a mente se esforça para os orgasmos adquirirem formas e cores alucinógenas, quase como uma dança orgânica no estilo tie dye. A repulsa em alimentar ilusões chegou a esse ponto. 
A permissão para que os rostos deixem de ser embaçados chegará um dia. Mas no meio tempo, o negócio é abdicar do cobertor, evocar forças de onde quer que seja e procurar um estímulo real.



sábado, 3 de agosto de 2013

Uma carta para um velho amigo...

Oi.
Fico até sem graça em chamar a sua atenção após tanto tempo. Mais que isso, fico ainda mais sem graça por só lembrar de você em um momento como esse e ainda postar em uma rede social. Mas enfim, é o jeito que achei para conversar com você. E me perdoe a informalidade quanto ao tratamento pessoal, mas é que é mais fácil e confortável pensar em "você" como um amigo do que em alguma força incrivelmente superior, entende?
Sim, sei que entende. Sei que você me entende. Eu, no entanto, não tenho a mesma facilidade em entendê-lo. Vivo em constante estado de dúvida, mal acredito em mim mesma. Mas enfim, sua misericórida é enorme e agradeço por sempre estar aqui ao meu lado, mesmo que eu às vezes o subestime.
Olha, eu não ando muito bem. E é injusto, porque na teoria eu não tenho motivos para me sentir desse jeito. Fico pensando: "Quantas pessoas melhores já sentiram coisas piores?", "Quantas pessoas não tem nem onde dormir e ainda encontram motivos pra sorrir?"... E essas indagações me deixam culpada. Insatisfação crônica, talvez seja isso?
Por outro lado, uma coisa que percebi é que é preciso parar de comparar minha vida pessoal com a alheia, afinal cada história é algo extremamente singular. Ou seja, isso não deveria tirar a minha legitimidade em sentir, não é mesmo?
Sentir. Às duas da manhã, parece que o mundo todo é triste, amigo. Metade do meu cérebro teme que eu não esteja tirando o máximo proveito da vida. Já a outra parte acha que é besteira, pois no fundo a vida não passa de uma rotina tediante com um pico de êxtase aqui ou ali. Exemplificando, a maioria está apenas dormindo essa hora, não é como se estivessem tendo o momento de suas vidas. 
E assim eu fico dividida. Não sei o que se passa comigo e nem o porquê. Apesar da razão parecer aquela, a verdade é que tal acontecimento foi só mais uma gota que fez a água transbordar. Pelo menos eu prefiro acreditar que seja isso, pois é patético pensar que essa angústia é proveniente de algo tão vazio. 
Vazio. A pior sensação é essa. E neste instante, percebo que esse vazio que me persegue por anos, me visitando frequentemente, parece não poder ser completado nem por pessoas ou paixões, como uma vez acreditei. Por isso socorri a você. Porque se tem alguém que tem o poder da salvação, esse alguém é você.
Bem, acho que isso foi uma espécie de desabafo misturado com um pedido. Um pedido do que exatamente, não sei. Mas confio que você saiba qual o melhor caminho para mim e te peço, por favor, que mostre uma luz que ajude a preecher esse buraco que insiste em me puxar pra baixo.

sábado, 27 de julho de 2013

Junto àquele poema, apago também a velha psicologia de poeta masoquista.

De tanto procurar, a farpa se tornou espinho. Não sei porque a surpresa, se todos nunca passaram de estranhos. Trouxa fui eu por pensar que poderia ser objeto de reflexão. E apesar de algumas imagens lançadas, ao menos nada me compremeteu. 
Sabe, é mais o arrependimento de ter gasto tempo à toa nos pensamentos e expectativas. Isso me faz ver que tenho que parar de refletir a minha felicidade em outras pessoas. Não é assim que funciona, a autoestima deveria vir acima de tudo.
Pensando melhor agora, somente as estrutras eram iguais, nada mais. O mais engraçado é que eu esperava flores nos braços, não corações nos olhos. Mas vai entender, acho que essas coisas não são tão lógicas assim...
Tudo ainda está meio sensível, é verdade. Mas eu cansei desse sentimento em dramatizar tudo e dar uma de artista atormentada. Chega. Porque pode ser até bonito na teoria, mas na prática é desgastante.
Chega também de substituir logo em seguida uma pessoa pelo sofrimento, porque nenhum dos dois de fato tiveram a relevância que fingia. 
Repito: Autoestima. Alta autoestima. 
Eu sei que ainda há fragilidade, mas é só assumir uma postura de "que se dane", usar o seu sangue como batom e evitar qualquer ligação platônica que daqui a pouco passa. 
Que se dane! Vou usar minha melhor roupa, continuar mantendo a autenticidade e mostrar que se realmente "as pessoas aceitam o amor que acham que merecem", então eu era realmente muito pra você.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

(Eu, que nunca me simpatizei antes com Monteiro Lobato, mas...)

"- A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
(...) A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário das piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre. 
- E depois que morre? - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"


Excerto de Memórias de Emília (1936)

sábado, 20 de julho de 2013

Tudo o que carrego é seu sobrenome.

Não vou mais te procurar. Você que me ligue se sentir saudades... Saudades, até parece. Hoje chego a duvidar que você sequer sente minha falta. Chega a ser humilhante ser eu a que sempre corro atrás. E a resposta é sempre uma promessa em vão. 
Engraçado que hoje eu vejo também como a sua ausência tem efeito direto sobre os meus relacionamentos. Esse vestígio freudiano faz sentido, uma vez que nunca tive uma figura masculina que realmente cuidasse de mim.
Ah, pai. Tanta coisa que a gente perdeu, você não percebe? Quantos momentos a gente poderia ter tido! Será que eu sou a única que sinto esse arrependimento? Demorou para cair a ideia de que talvez você realmente não se importe comigo. 
E isso é o que mais dói. Porque eu sofro sozinha.
Enquanto no calar da noite meu coração se aperta em saber o quão distantes nós sempre fomos, você é do tipo que vive em uma rotina alienada, respirando dinheiro e trabalho. 
Sim, a gente perdeu muita coisa, mas minha consciência diz que você perdeu mais que eu. Afinal, ser um pai ruim deveria pesar mais do que ser uma filha ruim, não é mesmo?
O pior é que essa justificativa nem ao menos tem cabimento, uma vez que nem uma filha ruim eu fui. Sempre fui um exemplo nos estudos, não me envolvi com más influências, nunca te dei nenhum trabalho. Veja bem, é pedir muito querer te ver uma vez por mês?
O mais dolorido é saber que você não sente essa dor. Você não escreve textos com lágrimas nos olhos em um sábado a noite. 
Pai, se você soubesse como eu me sinto tão mal amada. 
Tão desprezada. 
Como se eu só valesse uma bendita pensão.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A pausa caiu bem.

Pausa para respirar em paz. Balançar os sentimentos. E retirar-me temporariamente. Retirar-me para poder criar mais.
Ah, a criação. Que Magritte, Allen, Drummond sejam louvados! Os dias tornam-se mais amenos, graças as suas intensidades. 
Não é fantástico, o dom de conseguir decodificar todos dilemas e crises existenciais, provocando assim um elemento mútuo de identificação? 
Como uma espécie de "solidão coletiva". Afinal, sofrer em conjunto parece menos dolorido.
Apesar que, após o incidente do anjo no metrô, percebo o quão babaca esse meu drama de jovem depressiva é. Depressão é coisa séria. E agir como uma chega a ser insultante para os que viveram na pele. 
Isso me faz perceber que eu não sou uma pessoa triste. Muito menos "melancólica" (porque, como li um dia, "melancolia" nada mais é que um jeito mais poético de falar "tristeza"). 
É só que às vezes a apatia me confunde.
Meu nível consciente diz que talvez devesse escrever mais sobre política e seus 20 centavos e menos sobre amores, sexo e outras drogas. Prefiro, no entanto, manter minha palavra legítima do que brincar com fingimentos e máscaras de V.
Então, só peço um tapa na cara. 
Ou algo assim, para sentir algo e chamar esse algo de "inspiração".

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Meu Henry Chinaski.

Lembro que de relance te vi, mas nem prestei muita atenção em sua presença. Porém, bastou que a arte nos unisse. Mais de 400 obras de Francis Alys: Fabíola, apesar de estar de perfil, nos mirando como se fosse uma espécie de Monalisa com tom de deboche.
Apesar de nunca ter feito algo tão impulsivo, foi interessante como tudo foi intensamente natural.
Me senti em uma espécie daqueles filmes emocionantes que percorrem as ruas mais marginais possíveis, ou até em algum dos contos do rei Buk. 
"Bukowski, Bukowski", Nós repetíamos. E você disse que eu subi 10 pontos no seu conceito por estar lendo um livro dele, mas mal sabia você que eu é que já tinha me derretido metade por dentro, admirada por tamanha experiência e conhecimento artístico. 
Tudo tão sujo, e eu não poderia ter adorado mais.
Em tão pouco tempo, um ou dois copos de cerveja; arte, arte e mais arte; alguns nomes; muitos beijos, toques e conversas... Tantos "tudo", mas tão pouco "amor", graças a Deus (Desse último, a propósito, preciso de um tempo pois já tomei doses demais ultimamente e o resultado foi bem amargo).
"El Valiente", dizia o selo, estampando uma figura impotente que condizia mais ou menos com a tatuagem falha que você possuía em seu braço. E o pudor foi logo deixado de lado. Na hora do auge me deparei com algumas bizarrices, é verdade; mas tudo bem, porque seu rosto de êxtase será uma daquelas cenas que guardarei pra sempre. E você ainda mentalmente gozava muito além de aquilo tudo, ao mesmo tempo que eu me aquecia na camisa jeans e ria das obcenidades na parede.
Fato é que toda vez que escutar "All night long", inevitavelmente lembrarei, meio que rindo, de você cantando com seu sotaque carioca de "boxxta".
Até um dia.
Ou até nunca mais.
Baby.

sábado, 22 de junho de 2013

Enfim encontrei o Lírio e o resultado foi isso:

E aqui estou eu, às 3 horas e pouco da manhã de um domingo de férias, extasiada de sono, mas com um bilhão de coisas na cabeça, cena muito familiar essa, meus dedos contém restos de giz pastel vermelho e meus olhos estão mais que injetados, sinto que os períodos serão longos, muitos erros de ortografia estão por vir e o uso de vírgulas será abundante, porém proposital, porque inovar o estilo de escrita é sempre saudável, fluxo de pensamento sabe como é que é.
Ufa.
Questão é: Estava eu investigando o passado de um passado recente meu, o qual, a propósito, não consegui sentir raiva ou ciúmes, pelo contrário, tive até um sentimento leve de compaixão, mas isso pode ficar pra outro dia. Uma coisa liga a outra e cinco ou trinta minutos depois lá estava eu investigando não o passado recente, mas o passado pleonasticamente mais antigo, sem muita esperança de achar algo já que incontáveis vezes eu me vi nessa situação e sempre fracassava em te encontrar.
Octávio > Como era o nome dela mesmo? Aquela vadia, sabe? > Gabriela! > Agnes ... > ? E sempre parava por aqui.
Mas hoje eu te achei. (Obrigada, Esteban ou sei lá o seu nome, garoto vizinho meu, mora em Caetano que eu sei por ter te visto no ônibus um dia. Alargador legal, a propósito).
Eu te achei depois de tanto tempo e nem parece que você foi minha inspiração pra tantos, tantos textos sofridos que gritavam a dor infinita, somados a toda aquela paixão que brotou de lugar nenhum e se transformou em uma laranjeira com galhos retorcidos e frutos inebriantes. Sinceramente, não sei nem de onde eu tirei isso, mas de alguma forma essa estúpida metáfora tem coesão em alguma parte de meu cérebro, o que não vem ao caso, afinal o que quero dizer é que embora eu mal te conheça ao pé da letra é estranho perceber o quanto eu mudei e você permance o mesmo; embora nunca tenha dito isso em voz alta, sempre me pareceu certo que você era do tipo que gostava de velejar, o que não me surpreendeu ao confirmar pelo barco e paisagem azul, porém confesso que não esperava que tivesse cortado tanto o seu cabelo.
Estava certa também quanto a "IRA", mas mal sabia eu que estava procurando muitos Ninhos ou Minhocas, mas o que estava faltando mesmo eram Lírios, tola eu, como era óbvio, não a toa eu reblogo tantas fotos de flores, estava marcado no destino, por favor perceba o soco de ironia.
Em meio a tudo isso, tudo que eu sei é que eu não vou ficar mais sonhando eu te encontrar em um café qualquer, sorrir e perguntar como vai a vida no maior estilo Taylor Swift, não, não é isso que eu quero, porque hoje eu vejo que apesar de às vezes eu te procurar (o que é natural pensar às vezes em você, já que fez parte de minha história e histórias não podem ser simplesmente apagadas ao menos que você esteja dentro daquele filme de nome longo protagonizado pelo Jim Carrey), eu estou bem e você também, e isso me deixa, não diria "feliz" porque considero essa palavra muito forte, mas isso me deixa satisfeita, igual a um sentimento de dever cumprido ou como um abraço interior.
.
.
.
Isso que dá quando o que sempre foi parcialmente obscuro de repente ganha nexo: Mais emaranhados e menos noção ainda. Afinal, sejamos sinceros, o que diz um Lírio se eu nunca ganhei um?

quinta-feira, 20 de junho de 2013

"johny? está me ouvindo?

sim sim claro tua mãe e eu perdoamos já perdoamos eu disse perdoamos isso acontece claro acontece a qualquer um eu disse qualquer um é to anyone do you hear me yes we forgive you i said your mother your mother forgives you yes you do you hear me now whatever it is é claro tudo perdoado tua mãe perdoa mãe sempre perdoa tudo eu disse tudo forgives yes your mother and i we never never pai sempre perdoa i forgive you perdoo perdôo agora vá dormir my poor johny dormir eu disse já disse que perdoo tua mãe perdoa agora johny está me ouvindo johny está me ouvindo when i say do you hear me yes johny do you do you do"

- Paulo Leminski.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Trauma de maio-junho. Amor de Outono, não durou mais que meio mês. Igualzinho ano passado, com a diferença que dessa vez estou, na medida do possível, bem.

Hoje não aguentei andar e tive que pegar um táxi no meio do caminho. Não era preguiça ou sono, meus pés estavam descansados. Mas foi meu coração que se apertou mais naquele momento e uma incômoda coceira começou a apontar em meu peito.
Não suportava mais ter que ler a sua bola de cristal. Então liguei. Liguei pra ver se algo ligava.
Incrível como em tão pouco tempo a vida tão pacata se transforma em um furacão, não é? Suga todas as emoções ao mesmo tempo, mas em poucos segundos cospe tudo de volta, em seus devidos lugares. Sim, em seus devidos lugares, mas com a diferença de ter deixado tudo bagunçado.
Em questão de milésimos de segundos deixei pessoas escorrerem entre meus dedos. E eu fiquei mal, mas mal de esvaziar uma ou duas lágrimas para condizer com a duração. Por mais que a carência fosse muita, ao menos é reconhecível ter conseguido ignorar as mensagens daquele outro alguém.
Eu estava errada em você estar certo: Você não é tão seguro de seus sentimentos asssim...
Mas tudo bem. Tudo bem, porque quem sou eu para julgá-lo?
É com muito carinho e com um sorriso tímido que eu guardo as memórias migalhas. E quer saber mais? Eu estou até disposta a te esperar. Disposta a esperar, mas sem ficar sentada. 
Se algum dia nós estivermos prontos um pro outro e as circunstâncias permitirem, nós simplesmente saberemos que é o momento, o qual certamente não é agora.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sobre novos céus

Estava tão focada na lua
Que não notei 
Como o sol também era belo

Demorou, mas percebi 
Que era dele que precisava
Para me aquecer
E derreter
A pulsação fria feito gelo

Mesmo que o primeiro selo
Não tenha sido 
Tão mágico assim
Bastou alguns toques 
Para conseguir me ganhar

Em um estalo de dedos,
Admito que os murmúrios 
E as carícias
Não desprendem mais 
De minha pele

Já escutei, senti
A sua sensibilidade. 
Oposto de mim,
Sua segurança 
Quanto as emoções
É puramente admirável

Ao mesmo tempo
Em que faço de tudo 
Para não pensar 
Nos rótulos futuros
Não posso esconder 
O monstro que teme

Teme e treme

Em apaixonar-se,
Em decepcionar-se,
Aquela velharia de sempre.

Enquanto isso,
Minha alma atordoada martela:
Espaço, E s p a ç o
Para alguém 
Tão especial...

Se por acaso eu não te procuro depois dos regozijos,
É porque temo que você se canse de mim.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Até o relógios derretem...

Já pensava Dalí.
Prova de que nada consegue resistir ao tempo. Nem ao menos a sua própria representação.
Cada movimento do ponteiro parece atingir como uma facada em minha alma. Ligeira e perversa, a areia aos poucos vai se depositando em minhas costas, como se encaminhasse meu corpo em direção à cova. 
Está bem, acrescentei um drama desnecessário agora.
Não é que eu tenha medo da morte, não é isso que quero dizer. Eu tenho medo é do tempo. Do tempo e de como ele consegue deteriorizar tudo o que está a sua volta. 
Sim, é bem verdade que ele pode ser muitas vezes um aliado nosso (pois nos ajuda a superar -ou melhor dizendo, suavizar- perdas, decepções e vissicitudes negativas da vida), mas de um ano pra cá não é assim que eu ando o encarando.
Hoje, com 19 anos, me sinto como uma pessoa de 91. Como se eu tivesse vivido em abudância. É como se incontáveis pessoas e lugares que já foram presentes em determinada época de minha vida passassem diante de meus olhos em um flash embaçado... Mas no final se reduzissem a pó, ou menos que isso.   
Contudo, simultanente, é como se eu não tivesse vivido nada. Porque, apesar desses eventos de maneira direta ou indireta, terem sido fundamentais pra minha condição atual, tudo ficou pra trás. Tudo não passa de memórias. Memórias impalpáveis que nunca poderão ser revividas.
Sei que deveria "parar de pensar tanto no passado, me preocupar com o futuro e viver o presente", aquela baboseira toda que o pessoal sempre fala. 
Mas é que eu estou um pouco assustada. E sabe de uma coisa? Ainda bem que estou assustada. Afinal, esse meu assombro serviu de colírio para me fazer valorizar aqueles 5 minutos que você daria tudo pra descartar.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Em outras palavras, "what the fuck is going on?"

Tão súbito a chama se acendeu, tão rápido ela também se apagou.
Em um momento o impulso de sentir atraída pelos seus lábios
Em um outro, a exaustidão - e até preguiça- de consertar a irreparável negligência

Eu...
Eu?
Eu, não! 
Eu não sei
Eu não sei que tipo de fantasma abriga o meu corpo, 
Porque é um "Bem me quer, Mal me quer" incessante.

Mas dessa vez não é agoniante, 
Não dói, porque não tira
Porque não tira o sono durante a noite, 
Nem a inspiração torna-se repetitiva

Conclusão:
Poderia ser melhor, mas também poderia ser pior.
Eu não sei que diabos está acontecendo, mas sejá lá o que for, pra mim tá tudo bem (...Agora. Semana que vem já são outros quinhentos)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mais uma dessas reflexões aparentemente desconexas que surgem durante o banho.

É o modo como os dedos passam sobre o vidro embaçado, tentando enxergar algo depois de uma tarde chuvosa.

De repente tudo parece tão claro e você se inconforma como deixou que te pisoteassem sem nem ao menos perceber.

Vendo por outro lado, quem se importa se ao reencontrá-los o meu corpo age indiferente, apenas erguendo a cabeça e continuando a tomar o meu café? 


Bom ficar atenta a esses disfarces... Os Hollisters de ontem podem ser a garota de boina e semblante blasé de amanhã.


Tudo perde ainda mais o sentido quando alguém detestável uma vez me disse uma das frases que mais marcou minha vida:

"Enquanto houver contradição, ainda haverá esperança".

quinta-feira, 18 de abril de 2013

"Se você acha que estou escrevendo sobre você, você está certo".

Gosto de como você consegue entender como é ser um alvo fácil de babaquices, de concordar que aquela música não é tão ruim assim e de quando põe um sorriso no rosto ao compartilharmos nossos históricos desastrosos relacionados ao coração. Veja bem, procurei não usar períodos curtos para não parecer nenhum daqueles textos românticos (Comentário auto-depreciativo: Eu sempre fugindo do apego, nada mudou mesmo).
A questão é que eu não faço ideia do que se passa em sua mente, mas não tenho o direito de o culpar porque eu não deixo de agir da mesma maneira.
Enquanto isso, do meu lado direito aquele que parece um tal baterista, quase um semi-deus fora do palco. Do esquerdo, o que fica insistindo, insistindo e eu fugindo, fugindo. 
Mesmo cercada, estou disposta a esperar. 
É importante, porém, que você saiba que - rufem os tambores- eu não estou apaixonada. 
Entretanto, é verdade que eu evitei e evitei e meus dedos mesmo assim foram mais rápidos: Antes que eu me desse conta, escrevi meu primeiro texto sobre você.
E vocês sabem, né... Uma vez escrito, uma vez marcado.

domingo, 7 de abril de 2013

"Vai, Bárbara! Ser gauche na vida"

Tudo o que eu vejo -seja uma imagem, uma ação, um quadro ou um momento- 
Tudo o que escuto -seja uma música, um ruído, um poema ou um tormento-
Somados a tudo o que inalo e tateio
Parecem me atingir de uma maneira diferente 
Se comparado à outrora

Sou formada de retalhos
Você pode até me chamar de cópia
Mas eu prefiro a palavra "inspiração" (sim, devo ter copiado isso de algum lugar)

Eu bem que queria ser uma dessas que se contenta em trabalhar a vida inteira em um escritório ou consultório cinzento,
Casar depois de cinco enrolados anos de namoro,
Ocupar a mente em viagens para a Disney com os filhos uma vez por ano
E se achar no maior direito de reclamar sobre a corrupção

Mas eu não consigo e nem quero seguir essa linha
Eu quero conhecer o mundo com suas maravilhas e desgraças
Quero respirar tudo o que é tipo de expressão ou arte;
Enamorar-me e descepcionar-me com as pessoas
O que eu quero é ter uma perspectiva que transcede o medíocre dessa cidade

Se você perguntar quem sou eu ainda não terei uma resposta concreta
Porém, estranhamente, sinto-me no mais puro "eu" possível

domingo, 24 de março de 2013

Pois a linha foi criação do homem e não existe no mundo real...

Deixe a luz natural refletir sua imagem
Que as cores cedo ou tarde se fundirão
Em uma dança quase que biológica,
Porém harmoniosoa,
Porém desconcertante.

Já sentiu isso, alguma vez na vida?
Já sentiu os olhos baterem no impacto
E as palavras não saírem?

É porque a emoção que se exala é intraduzível...
Isso é o mais próximo de "amor à primeira vista" que jamais existirá. 

quarta-feira, 6 de março de 2013

O nanquim deixou manchas em minhas mãos.

E gradualmente as peças que tanto tremiam e se chocavam vão se acomodando nos seus devidos lugares... A cada dia um lado desconhecido meu desabrocha, acordando uma parte de minha identidade que dormiu por anos e anos. É verdade que o meu amor pelo poder das palavras é algo imensurável, mas como concordaria aquele querido poeta, esse mundo é muito grande; e simplesmente acontece que dele desenterrei algumas novas paixões. 
O segredo para não cair no auto-desprezo é tentar não se comparar aos outros e procurar focar nos própios atributos. Embora eles usem o lápis habilidosamente como arma, eu conhecia Pollock antes da média, e modéstia a parte, consigo decodificar o subjetivismo como ninguém.
Além disso, devo agradecer a desilusão por me fazer abrir os olhos. Principalmente no que se refere aos barbudos tatuados.
Moral da história: para não enlouquecer, um passo de cada vez.
O que importa é que eu estou no meu caminho.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Graças à ressaca, passou.

Entretanto, é uma falta de consideração surpreendente, de ambos lados. A indiferença camufla a minha dor e ódio em ser desprezada... Ah, como eu gostaria de declarar minha auto-suficiência com um "Eu não preciso de vocês!" e cuspir toda essa negligência de volta em suas caras. Mas se isso fizesse, estaria presa em uma roda de negação.
Cansada de achar que significo algo pra vocês.
Cansada de esperar pelo mínimo e mesmo assim conseguir cair de cara no chão...
É um etc sem fim. A este ponto, já deveria estar acostumada a ser tratada desse jeito.
Paradoxal é que apesar de estar tão cansada, a tola aqui ainda escreve e escreve, esperando por um sinal ou uma ligação dizendo "Eu não venho".

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

SOS.

É uma incerteza que suga toda a energia e ânimo, é sofrer por antecipação. É como estar encolhida em um dos cantos de um quarto escuro e não ver noção na vida. Ou como se sentir como aquele quadro, O Homem Velho com a Cabeça em suas Mãos.
Pela primeira vez eu encontro pessoas que compartilham dos mesmos gostos, entendem as minhas referências e não me julgam pela roupa... Mas mesmo assim, elas não surtem nenhum efeito, como o esperado. Suas risadas me esfaqueiam e as baforadas de cigarro nublam minha visão 
Começo a perceber então que na realidade o problema não são essas pessoas. E nunca foram as outras também, como um dia acreditei. Sou eu. 
Independentemente disso, meio que sem um motivo aparente, ultimamente as lágrimas vêm escorrendo aos montes, o que só faz crescer mais a culpa. E eu me pergunto se um dia eu já me senti desse jeito. Embora tenha a impressão que sim, não consigo achar uma resposta concreta.
Só o fato de usar as palavras como meio de desabafo, e não tinta e lápis, me deixa confusa. Essa montanha-russa de emoções me deixa tonta e assustada. 
Seria tão mais fácil jogar tudo pro alto. Mas por outro lado, estou cansada de ter que me deslocar e não ter um lar... Cansada de ser essa nômade, de não me achar. Fragilidade aguçada, tenho que parar de recuar a qualquer empecilho.
Em momentos como estes tento me reconfortar nos dizeres da marca e acreditar que isso também deverá passar. 
Isso tem que passar. Se não não sei se vou suportar.


Creep - Radiohead.
(Peguei pesado na música dessa vez, tô sabendo)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Feridas que coçam.

Relendo antiguidades do baú, percebo agora quão enganada estava.
Tive que ser paciente para o tempo abrir meus olhos e revelar que certas certezas sempre serão questionáveis por mais que no momento possam parecer irrefutáveis.
Hoje vejo que 
Aquilo não foi amor e que
aquele não vai sofrer.
Pois bem, as palavras "eu te amo" nunca valeram tão pouco.
Tanta conversa afiada para no fim só me restar um guarda-chuva em desuso e um clone fantasmagórico.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Oitava madrugada.

Depois das onze da noite é quando tudo piora. Com a cabeça afundada no travesseiro e os olhos ainda abertos, a noite aproveita para preencher a sua mente com pensamentos horríveis e torturantes. 
Você se pergunta onde estão tais pessoas que de alguma maneira fizeram parte de seu passado e se elas ainda pensam em você. Arrepende-se de não ter dado aquele primeiro passo. Relembra as palavras duras e os julgamentos à distância: Acaba por duvidar de si própria. Deseja ter aquele antigo "amigo" só para poder confortá-la na hora do sono. Sente-se injustamente injustiçada por aquilo que lhe falta, enquanto deveria estar contentada pelo tanto que já tem. Teme, mais do que nunca, o próximo passo que o futuro irá traçar... 
Entretanto, felizmente a experiência lhe ensinou que todas essas preocupações se tornarão distantes e até irrelevantes a partir do momento que os raios de sol se erguerem e o despertador tocar. Porque a manhã salva.
E é assim que a vida prossegue. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Déjà vu de novo e outras redundâncias.

E é de novo aquela sensação de puro vazio, como se a sua existência e de todas as outras pessoas não fizessem sentido. Você se sente mais sozinha do que nunca e nem ao menos tem força força suficiente para chorar. Só que dessa vez você está exposta, pronta para ser pré-julgada. Devo alertá-los que não é necessário que vocês apontem os meus erros e defeitos. Afinal, eu os conheço melhor que ninguém. 
Se você me perguntar se eu estou triste, eu responderei que não é bem isso... É mais uma questão de aflições e inseguranças. De se sentir solitária e pela primeria vez na vida não querer levantar a bandeira da independência.