sábado, 31 de agosto de 2013

"In memory of when i cared" (ou ao caminho infinito disto)

De volta à normalidade - normalidade dentro dos meus padrões, como o pai de George já dizia -, de volta aos cochilos querendo descanso e não fuga, de volta a comer minhas ansiedades e a esperar por feriados. Obrigada estresse, que devora qualquer tipo de âncora.
Falando nisso, juro que não queria me abster a esse assunto, mas é preciso declarar ao mundo (ou pelo menos ao que está ao meu alcance: a internet) o quão cansada estou de imaturidade. Menininhos vivendo em seus pequenos mundos financiados: Saiam do meu caminho, não sou eu quem vou cuidar de vocês.
Que seja. É muito fácil também apontar os erros dos outros, sendo que a torta de verdade aqui sou eu. Mas que merda de ego. O ego fere tudo e não acrescenta em nada. Só faz o olhar recair pra dentro. Mas filha única de pais separados, tá querendo o que também?
Poxa vida, cadê o bando de artistas com barba por fazer, beijando-se imundos de tinta e recitando Rimbaud? Eles só existem nos filmes pelo jeito, né?
Que seja. Abstrai tudo o que obstrui, vai vivendo um dia de cada vez, falando diariamente com aqueles amigos que tanto te entendem e o mais importante: Tente pensar o mínimo possível. 
Porque pensar é inútil, procurar um significado denso da vida é sufocante e ficar deitada com os olhos no teto provoca um vácuo tão intenso que quase sempre resulta em pensamentos à la Joy Division. Então pra quê ficar se remoendo, se não há solução pra problema não nomeado? 
Abençoados sejam os ignorantes.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Inconsistente, consciente até demais.

A nova rotina virou velha. Pessoas antigas retornaram. Uma ou outra nova. Várias outras que se foram. 
Aquela que se foi. 
Porra amigo, vou sentir saudades. Espero que fique bem.
Sabe qual o seu problema, Bárbara? É você se importar demais. Deixar se abater por tamanhas fragilidades, coisas mínimas que para os outros são irrelevantes. 
O que aconteceu? Como você foi se tornar uma pessoa tão sensível assim? Há um ano você chegava antes mesmo de o portão abrir, sem medo dos mendigos, com chiclete na boca, ligada no botão "Foda-se". Agora está aqui, toda quebradiça, insegura, querendo ser aceita e facilmente atingida por uma palavra vinda de quem nem ao menos merece atenção.
Porém, considerando um inverno atrás também, a minha evolução é inegável. Ah, maldito afeto que transformou minha alma em emaranhados, fios grotescos e eletrecutados. 
Hoje também percebo que as formas de escapismo já não me são tão mais atraentes. Elas ainda conseguem me enganar vez ou outra, mas o conselho de Oliver Tate já não me serve por inteiro. Afinal, embora seja mais tolerável, passar pela vida se imaginando em um mundo completamente desconectado da realidade não me parece mais cabível. 
Produto disso é o meu estranhamento em relação a tudo. Principalmente a mim mesma. E pra agravar, esse baque de Alice com o mundo real ainda é siamês da síndrome de Peter Pan em se recusar a crescer. 
Enquanto isso, a mente se esforça para os orgasmos adquirirem formas e cores alucinógenas, quase como uma dança orgânica no estilo tie dye. A repulsa em alimentar ilusões chegou a esse ponto. 
A permissão para que os rostos deixem de ser embaçados chegará um dia. Mas no meio tempo, o negócio é abdicar do cobertor, evocar forças de onde quer que seja e procurar um estímulo real.



sábado, 3 de agosto de 2013

Uma carta para um velho amigo...

Oi.
Fico até sem graça em chamar a sua atenção após tanto tempo. Mais que isso, fico ainda mais sem graça por só lembrar de você em um momento como esse e ainda postar em uma rede social. Mas enfim, é o jeito que achei para conversar com você. E me perdoe a informalidade quanto ao tratamento pessoal, mas é que é mais fácil e confortável pensar em "você" como um amigo do que em alguma força incrivelmente superior, entende?
Sim, sei que entende. Sei que você me entende. Eu, no entanto, não tenho a mesma facilidade em entendê-lo. Vivo em constante estado de dúvida, mal acredito em mim mesma. Mas enfim, sua misericórida é enorme e agradeço por sempre estar aqui ao meu lado, mesmo que eu às vezes o subestime.
Olha, eu não ando muito bem. E é injusto, porque na teoria eu não tenho motivos para me sentir desse jeito. Fico pensando: "Quantas pessoas melhores já sentiram coisas piores?", "Quantas pessoas não tem nem onde dormir e ainda encontram motivos pra sorrir?"... E essas indagações me deixam culpada. Insatisfação crônica, talvez seja isso?
Por outro lado, uma coisa que percebi é que é preciso parar de comparar minha vida pessoal com a alheia, afinal cada história é algo extremamente singular. Ou seja, isso não deveria tirar a minha legitimidade em sentir, não é mesmo?
Sentir. Às duas da manhã, parece que o mundo todo é triste, amigo. Metade do meu cérebro teme que eu não esteja tirando o máximo proveito da vida. Já a outra parte acha que é besteira, pois no fundo a vida não passa de uma rotina tediante com um pico de êxtase aqui ou ali. Exemplificando, a maioria está apenas dormindo essa hora, não é como se estivessem tendo o momento de suas vidas. 
E assim eu fico dividida. Não sei o que se passa comigo e nem o porquê. Apesar da razão parecer aquela, a verdade é que tal acontecimento foi só mais uma gota que fez a água transbordar. Pelo menos eu prefiro acreditar que seja isso, pois é patético pensar que essa angústia é proveniente de algo tão vazio. 
Vazio. A pior sensação é essa. E neste instante, percebo que esse vazio que me persegue por anos, me visitando frequentemente, parece não poder ser completado nem por pessoas ou paixões, como uma vez acreditei. Por isso socorri a você. Porque se tem alguém que tem o poder da salvação, esse alguém é você.
Bem, acho que isso foi uma espécie de desabafo misturado com um pedido. Um pedido do que exatamente, não sei. Mas confio que você saiba qual o melhor caminho para mim e te peço, por favor, que mostre uma luz que ajude a preecher esse buraco que insiste em me puxar pra baixo.