sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Um coração na mão, uma faca na outra.

Oh não, lá vamos nós de novo.
Oh não, lá se vão as pequenas mentiras; dois anos a menos e um parente morto.
Oh não, lá se vão as esperas intermináveis sem respostas e negociações em casa. 


Eu bem que tentei fugir. 
Tentei fugir da carta e das lembranças, mas ao te ver em minha porta fui atraída de volta feito imã.
Tão frágil perto de você.
E eu odeio isso. E eu amo isso.


Estou diposta a me ferir novamente e a ficar em prantos igual àquela sexta-feira a noite,
Porque os bons momentos fazem tudo valer a pena.


Se não ficou evidente até agora, me dói revelar que acho que estou apaixonada. 
Já estou aceitando doação de curativos, obrigada.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A limpeza das mãos é um mal sinal.

Sala cercada de espelhos. O olhar recai na cadeia infinita de imagens formadas pelos inúmeros reflexos. Se fixar a atenção demasiadamente, é bem provável que a mente se depare com um mundo paralelo. 
Queria eu ser aquela personagem que está em constante verbo "fazer".
Queria eu arrancar ao menos um espelho da parede e construir uma silhueta decente com ele. Ou ainda talvez botá-lo no chão e observar os corpos brincando com um chapéu coco.
As promessas de documentar tais processos artísticos, porém, foram deixados pra trás. Veja só, estamos no meio de Janeiro e a argila no armário já está seca, assim como suas palavras e criatividade. 
Declaro: Precisa-se de água.